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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

VÔO DA PAZ

“O homem nasce livre e, por toda parte, é posto a ferros.” (Rousseau)


Eu quero ser livre. Você quer ser livre.Todo mundo quer ser livre. Infelizmente algumas situações como o analfabetismo, o desemprego, a fome, as doenças e a violência impedem uns e outros de usufruir o seu direito de estar e ser livres em toda e qualquer situação. A liberdade física, por exemplo, que é a de poder ir e vir a qualquer lugar, em qualquer horário, não está se concretizando em muitos lugares por causa da violência que assola o mundo. A liberdade política que seria o nosso poder de atuação nos rumos da sociedade também é limitado por causa de questões mais complexas que não fazem parte do meu objetivo neste artigo. A liberdade religiosa, que nos dá o direito de seguir o credo que escolhermos. E a liberdade profissional, um direito garantido pela Constituição Brasileira a todos nós, mas que não vem sendo cumprido em sua plenitude, infelizmente.
E ainda há a questão do limite da liberdade individual, que termina onde começa o direito do outro. Por exemplo, eu tenho liberdade de construir uma casa no meu terreno, mas não tenho liberdade de avançar essa construção no terreno do outro.Ou eu tenho direito de ouvir música em volume alto desde que não esteja ultrapassando o direito do outro que não quer ouvir a mesma música que eu estou ouvindo. Mas, muita atenção, porque esse respeito ao outro (que nem sempre quer participar do mesmo momento que estamos vivendo) não pode ser interpretado como individualismo, pois isso enfraquece o nosso poder de ação. Ou seja, a liberdade de escolher o partido político B ou C não pode fazer com que as pessoas formem grupos diversos como se estivessem falando de cidades, estados ou países diferentes. Assim como também a liberdade de credo em uma religião ou outra não significa que as pessoas pertencentes a elas devam viver em conflito, já que a função da religião é de religar as pessoas e não de separa-las.
Se observarmos, a vida se desenvolve entre os limites e condições inacessíveis de uma liberdade zero e uma liberdade infinita. Ou seja, a zero não existe porque sempre sobrará algum poder de escolha: nem que seja entre a vida e a morte; assim como a infinita também não existe porque ninguém pode escolher tudo, como nascer ou não nascer, a família da qual foi gerada, a época em que vive etc. Esses condicionamentos ou determinismos citados são inevitáveis, porém existem outros, os evitáveis, criados pelo homem, como por exemplo, a liberdade de locomoção que priva o homem de seu direito de ir e vir quando ele infringe a lei e é preso. A liberdade da saúde no caso da falta de cultivo e vigilância. E assim vai.
Mas, entre o limite zero de uma e o limite infinito da outra existe tempo e espaço possíveis, com metas atingíveis e sonhos realizáveis.

Então, voemos alto e juntos, entre o inevitável e o evitável, independente do tipo de liberdade escolhida ou atribuída a cada um de nós. Pois, a união de todas as “liberdades” nos fortalecerá para lutarmos contra as pragas sociais e para conquistarmos um bem comum: a liberdade de ter PAZ.


Um abraço e até a próxima!


Bibliografia

Cordi C., Santos A., Bório E., Correa A., Volpe N., Laporte A., Araújo S., Schlesener A., Ribeiro L., Floriani D., Justino M. Para filosofar, São Paulo: Editora Scipione, 2000, p.77-81

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